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graus

A Síndrome de Down não tem Graus

Este talvez seja um dos maiores mitos em torno da trissomia 21 e vale a pena desconstruí-lo, para que outros pais não ouçam falar de graus como eu ouvi quando soube do diagnóstico da minha filha. As primeiras palavras que me dirigiram foram: “a sua filha será uma deficiente intelectual profunda”, como se nos esperasse o pior dos cenários. Mas não, nem a trissomia tem graus, nem ninguém consegue antever como será a vida de qualquer criança.

Aqui ficam as palavras de quem sabe sobre trissomia:

“Não é possível falar, cientificamente, de graus, mas antes de uma enorme diversidade no desenvolvimento cognitivo, linguístico e social das pessoas com Trissomia 21. Todavia, em sentido figurado, pode afirmar-se que há dois graus, decorrentes da maneira como as famílias aceitam e amam as crianças que apresentam diferenças. O grau I tem, geralmente, um prognóstico reservado e corresponde às situações em que as crianças são incompreendidas e mal aceites. O grau II tem, quase sempre, um prognóstico excelente e correlaciona-se com as situações em que as crianças são amadas, compreendidas, aceites e não excluídas.” (Dr. Miguel Palha)

“Não existem graus da Síndrome de Down, como muitos leigos perguntam. O que existem são diferenças de oportunidades. A oportunidade que cada um tem na vida é o que, geralmente, o diferencia dos demais, e infelizmente a nossa sociedade tende a oferecer mais oportunidades aos mais preparados, enquanto deveria ser o inverso.
Pais, não desistam de oferecer aos vossos filhos com Síndrome de Down todas as oportunidades que oferecem(riam) a outro filho sem a síndrome e deixem-nos usufruir dessas oportunidades da forma que o seu talento e a sua capacidade imprevisível permitirem. Quando a oportunidade estiver desvinculada de qualquer preconceito, teremos seres humanos verdadeiramente livres.” (Dr. Zan Mustacchi)