
Ensinar a diferença
É a diferença que nos faz seres únicos e especiais. É a diversidade humana que enriquece o mundo e nos ensina a ver para lá daquilo que os olhos captam. Mas como ensinar isto às crianças? Como podem os pais ensinar os seus filhos a respeitar a minha filha?
É exatamente com base naquilo que tenho vivido como mãe de uma criança com trissomia 21 que me atrevo a deixar alguns conselhos:
1. Não demonstre pena
Uma criança diferente não precisa de compaixão, precisa de naturalidade. Um olhar de pena desvaloriza e incomoda a pessoa à sua frente e os seus familiares. Não lamente a diferença, valorize-a. Lembre-se que essa criança, certamente, tem de se esforçar mais que o seu filho para alcançar aquilo que para a maioria das pessoas é dado como certo.
2. Ensine pelo exemplo
Lembre-se que as crianças aprendem muito por imitação e que as nossas ações ensinam mais que as nossas palavras. Por isso, faça do respeito pelos outros, rotina. Evite comentários depreciativos e olhares curiosos. Lembre-se sempre que uma criança é apenas uma criança. Trate-a com o carinho e consideração que merece.
3. Não tenha medo de expor os seus filhos à diferença
Deixe que eles descubram a diversidade entre as pessoas por eles. Permita que contactem com crianças deficientes, de outra cor, etnia ou cultura. Será benéfico para os dois lados.
4. Dê explicações simples
Estranhar o que é diferente, é uma reação normal. As crianças constatam as diferenças, mas não fazem juízos de valor, a menos que os pais permitam que os preconceitos se enraízem. Se os seus filhos fizerem perguntas, por mais constrangedoras que possam ser, esclareça-os, mas sem complicar muito e sem grandes explicações médicas. Procure exemplos e comparações que a maturidade deles permita compreender.
5. Explique que existem várias formas de expressão
Nem todas as crianças se conseguem exprimir através da fala e muitas vezes fazem gestos e ruídos que chamam a atenção. Não critique. Não é falta de educação. É apenas uma maneira diferente de se expressarem. Ensine o seu filho a respeitar isso e a não ter medo de se aproximar e conviver.
6. Incentive a autoestima do seu filho
Uma criança que se sinta bem com ela própria e em segurança no seio da família, dificilmente irá maltratar os outros. Respeite e valorize o seu filho, para que ele aja da mesma forma.
“Só pela educação haverá verdadeira inclusão!”